DESCRIÇÃO DA FRONTEIRA BRASIL - BOLÍVIA (Parte Sul)
- - A linha divisória entre a República Federativa do Brasil
e a República da Bolívia, tem início no Ponto Tripartite
Brasil-Bolívia-Paraguai, localizado imediatamente a jusante do
Desaguadouro da Baia Negra no rio Paraguai, e segue subindo
este rio por cerca de 47 km, até um
ponto localizado aproximadamente a nove quilometros ao sul do
Forte Coimbra, defronte ao Marco Principal denominado "Rio
Paraguai", erigido na margem direita do dito rio. As ilhas
existentes neste trecho não foram ainda adjudicadas nem ao Brasil
nem à Bolívia.
- - A partir desse ponto, a linha divisória se afasta do rio
Paraguai e segue numa reta de 37,0 km para noroeste,
até o Marco Principal "Baia Negra". Este setor, de terreno
muito alagadiço, está caracterizado por três marcos
secundários.
- - Do Marco Principal Baia Negra, segue a linha divisória
por outra reta de 88,2 km para nordeste, até o Marco
Principal "Taquaral", passando sobre a Morraria do Jacadigo
(marco K-67.6) e próximo às comunidades bolivianas de San
Pedrito (marco K-75.8) e El Carmem (marco K-80.0). Este setor
está caracterizado por nove marcos secundários.
- - Do Marco Principal Taquaral, vai a linha divisória para
leste, sensivelmente sobre o paralelo de 19º 02', até
encontrar o arroio Conceição, passando, ao chegar ao
arroio, pelo Marco Principal "Conceição". Este setor, com 7,3
km, corre pelos fundos do assentamento fundiário
brasileiro denominado "Tamarineiro" e está caracterizado por
quatro marcos secundários.
- - Desse último marco desce a linha divisória por
aproximadamente 3,2 km, pelo meio do arroio, até
sua foz no Canal do Tamengo. Este trecho, que cruza a estrada
de ferro Brasil-Bolívia e a estrada de rodagem que liga as
cidades de Corumbá e Puerto Suarez, está assinalado por um par
de marcos de referência junto ao pontilhão da estrada de
rodagem ( marcos "Passo do Arroio Conceição") e mais um par de
marcos de referência na foz do arroio (marcos "Foz do Arroio
Conceição").
- - Prossegue a linha divisória pelo meio do Canal do Tamengo,
seguindo por cerca de 6,4 km até um ponto próximo à entrada da
Lagoa de Cáceres, na altura da Base Naval Boliviana do
Tamarineiro, que se encontra na margem sul do canal e defronte
ao Marco Principal "Tamarineiro", erguido na margem
norte do mesmo canal.
- - A linha divisória abandona o Canal do Tamengo em direção
norte, passando pelo Marco Principal Tamarineiro e seguindo
por uma reta de 8,4 km até o marco Principal
"Pimenteira". Este setor, de terreno muito alagadiço, está
caracterizado por dois marcos secundários.
- -Continua a linha divisória agora para oeste, ainda em
terreno alagadiço, ao norte da lagoa de Cáceres, por uma reta
de 4,9 km, até o Marco Principal "Carandazal".
- - Do Marco Principal Carandazal, segue a linha divisória
por outra reta de 76,1 km para nordeste, até o Marco
Principal "Caraguatal", passando inicialmente por terreno
alagadiço (até o marco K-52.4), depois por terreno firme
próximo à Baia Vermelha (marco K-11.7) e finalmente pela
Morraria de Santa Tereza (marcos K-6.5 e K-3.3). O Marco
Principal Caraguatal esta localizado pouco ao sul da Lagoa
Mandioré. Este setor está caracterizado por vinte marcos
secundários.
- - Segue agora a linha divisória para leste, por uma reta
de 11,3 km, até o canal que serve de desaguadouro da
Lagoa Mandioré no rio Paraguai. Neste ponto, na margem
brasileira, foi levantado o Marco Principal de Referência
denominado "Bonfim". Este setor, de terreno acidentado,
atravessa a Morraria de Santa Tereza e está caracterizado por
sete marcos secundários.
- - Do marco Bonfim, que assinala o extremo oriental da
República da Bolívia, segue a linha divisória pelo meio do
álveo do canal até atingir a Lagoa Mandioré, onde foi erigido
o Marco Principal de Referência denominado "Desaguadouro da
Mandioré", em território boliviano, um pouco a oeste do
destacamento boliviano Mandioré. Este setor tem
aproximadamente 9 km.
- - Segue agora a linha divisória, por duas retas
sucessivas, dividindo a Lagoa Mandioré em partes
aproximadamente iguais. A primeira reta, para noroeste, tem
extensão de 10,6 km, até o ponto médio da lagoa; a
segunda, para o norte, com 10.045 metros, passa a 50 metros a
leste de uma pequena ilha boliviana, onde foi construído o
Marco Principal de Referência "Ilha do Velho" e vai até o
Marco Principal "Palmital", situado na parte norte da lagoa.
- - Do Marco Principal Palmital corre a linha divisória para
noroeste por outra reta de 26,9 km, em terra firme,
até o Marco Principal "Pantanal". Este setor está caracterizado
por dez marcos secundários.
- - Segue agora a linha divisória para leste, por outra reta
de 4,0 km, ao sul da Lagoa Gaíba, até o Marco
Principal "Garapeira", em trecho caracterizado por um marco
secundário.
- - Do Marco Principal Garapeira continua a linha divisória
para o norte por outra reta de 2,2 km, caracterizada
também por um marco secundário, até o Marco Principal
"Areião", localizado na margem sudeste da Lagoa Gaíba.
- - Prossegue a linha dividindo a Lagoa Gaíba em partes
aproximadamente iguais, também através de duas retas. A
primeira, para noroeste, com extensão de 5,5 km, até
o ponto médio da lagoa e a segunda para o norte, por mais 4,9
km, até o ponto indicado pelo Marco Principal de
Referência "Norte da Gaíba", localizado em território boliviano.
- - O Marco Principal de Referência Norte da Gaíba, está
localizado junto à entrada do Canal Pedro II (rio Pando para a
Bolívia). Segue a linha de limite subindo pelo meio deste
canal, que liga as lagoas Gaíba e Uberaba, por uma distância
de aproximadamente 30 km, até sua outra boca na Lagoa Uberaba
e continua daí para leste, cerca de 5 km, pela margem sul
da referida lagoa, até o local do antigo marco "Sul da Lagoa
Uberaba", que está destruído. Este ponto é definido por um
novo Marco Principal de Referência "Sul da Lagoa Uberaba",
localizado em território brasileiro, à 56,8 metros a sudeste
do anterior.
- - A linha divisória vai agora para noroeste cortando a
Lagoa Uberaba, até o Marco Principal denominado "Colina
dos Limites". Esta linha tem uma extensão de 19,0 km.
- - Da Colina dos Limites segue a linha por outra reta de
10,9 km para sudoeste, passando pelo Marco Principal
"Corixa Grande", situado na margem oriental dessa Corixa, até
o meio da mesma.
- - Desse ponto prossegue a linha divisória ao longo das
Corixas: Grande e do Destacamento, passando sucessivamente,
pelos seguintes trechos (ou subsetores), balizados com marcos
de numeração provisória:
20.1 - Primeiro Subsetor (Linha sinuosa): Pelo meio do
canal da Corixa Grande, cerca de 77 km, passando pela
Lagoa das Piranhas até o último marco construído na
Campanha de 1955, denominado "Marco 28";
20.2 - Segundo Subsetor (Linha reta): Do Marco 28 até o
"Marco 27", situado ao sul da Baia Redonda, por uma reta
de 3,4 km;
20.3 - Terceiro Subsetor (Linha sinuosa): Pelo meio dessa
Baia, cerca de 2 km, dividindo suas águas em partes
equivalentes, até o "Marco 26", situado ao norte da mesma
Baia Redonda;
20.4 - Quarto Subsetor (Linha reta): Do marco 26 até o
"Marco 25", situado na margem sul da Lagoa Orion, por uma
reta de 2,5 km;
20.5 - Quinto Subsetor (Linha sinuosa): Pelo meio dessa
Lagoa, dividindo suas águas em partes equivalentes, e a
seguir pelo meio da Corixa Grande, até o ponto
denominado "Passo da Corixa" onde foram colocados dois
marcos de Referência de número 24, denominados "Passo
da Fronteira", numa extensão de aproximadamente 44 km;
20.6 - Sexto Subsetor (Linha sinuosa): Desse ponto, segue
o limite pelo meio da Corixa Grande, cerca de 28,2 km,
até o último marco construído na Campanha de 1954,
denominado "Marco 23".
20.7 - Sétimo Subsetor (Linha poligonal): A partir desse
marco vai o limite por 34,0 km, ao longo da
Corixa Grande e, depois, da Corixa do Destacamento, por
uma linha poligonal balizada por marcos de numeração
sucessiva, decrescente, até o "Marco 2".
20.8 - Oitavo Subsetor (Linha sinuosa): A partir desse
marco vai o limite, por cerca de 2,4 km, pelo meio da
Corixa do Destacamento, até outro passo, onde foram
colocados também dois Marcos de Referência, de número 1,
denominados "Passo do Ferreiro".
20.9 - Nono Subsetor (Linha sinuosa): Desse ponto,
continua o limite pelo meio da Corixa do Destacamento,
cerca de mais 3,8 km até a passagem da antiga estrada que
unia o destacamento brasileiro à povoação boliviana de
San Matias. Nesse ponto foram colocados dois Marcos de
Referência denominados "Passo do Destacamento da Corixa".
Prossegue a linha de limite subindo o leito da
Corixa por pouco mais de 1 km, até o pontilhão na nova
estrada que, vindo de Cáceres, no Brasil, e passando pelo
Destacamento brasileiro, segue para San Matias. Junto ao
pontilhão, nas margens da Corixa, foram colocados dois
Marcos de Referência, denominados "Novo Passo do
Descatamento da Corixa". Continua a linha, por uma
centena de metros mais, pelo leito da Corixa até sua
nascente, ao sul de uma pequena colina, onde se encontra
um reservatório de águas cristalinas, ladeado por um par
de Marcos de Referência denominados "Cabeceira da Corixa
do Destacamento" que têm a numeração K-32.5.
- - Da nascente da Corixa do Destacamento (assinalado pelo
par de marcos K.32.5), segue a linha divisória por uma
poligonal de 32,5 km, cujos vértices são marcos secundários,
numerados conforme as distâncias em quilometros medidas a
partir do Marco Principal São Matias, localizado a noroeste da
localidade boliviana de San Matias. Esta poligonal descreve um
semicirculo passando por terreno firme até o Marco do Serrinho
de S. Matias (entre os marcos K.15.6 e K.16.0), desce daí para
terrenos mais baixos, entrando finalmente nos alagados que
formam o início da Corixa Grande (marco K.8.8), continuando
por esta corixa até o Marco Principal "São Matias" ou
"Totora". Neste trecho encontramos trinta e quatro marcos
secundários.
- - Do Marco Principal São Matias segue a linha divisória
para oeste por 186,5 km. Este trecho é formado por duas grandes
retas, praticamente no mesmo alinhamento. A primeira, com
111,5 km, até o Marco Principal "Boa Vista", está
caracterizada por vinte marcos secundários e a segunda, com
75,0 km, até o Marco Principal "Quatro Irmãos", está
caracterizada por mais quinze marcos secundários.
- -Desse último Marco Principal, prossegue a linha divisória
para o norte, numa reta de 88,0 km, até o Marco
Principal denominado "Norte da Baia Grande" (Lagoa Mafil).
Este trecho esta caracterizado por dezoito
marcos secundários.
- - Do Ponto Norte da Baia Grande (Lagoa Marfil), segue a linha divisória
para noroeste até o Marco Principal "Turvo", por outra reta de
55,2 km. Este trecho está caracterizado por treze
marcos secundários.
- - Do Marco do Turvo segue a linha divisória para leste,
acompanhando o Paralelo deste marco, por 35,6 km, até
um ponto definido como a interseção deste Paralelo com a linha
geodésica que, partindo do Marco Principal "Quatro Irmãos",
segue na direção da Nascente do Rio Verde (determinada em
1909). Neste ponto foi erigido um Marco Principal denominado
"Interseção". Este trecho esta caracterizado por quinze marcos
secundários.
- - Desse Marco Principal de Interseção segue a linha
divosória para o norte, por mais 52,8 km, no
alinhamento anteriormente definido pela geodésia que, partindo
do Marco Principal "Quatro Irmãos", segue na direção da
Nascente do Rio Verde (determinada em 1909). Este trecho esta
caracterizado por treze marcos secundários e se desenvolve em
terreno baixo (até o marco K-14.9), subindo depois,
abruptamente, a serra Ricardo Franco (marco K-23.0) e seguindo
pela parte alta da serra até a citada Nascente, denominada
"Nascente do Rio Verde 1909".
- - Desce a linha de fronteira pelo rio Verde,
numa extensão de cerca de 121 km, até a sua confluência com
o rio Guaporé ou Itenez, onde foram erguidos dois Marcos de Referência:
O brasileiro, na margem direita do rio Verde e esquerda do
Guaporé e o marco boliviano, em frente, na margem esquerda do
rio Verde e do Guaporé ou Itenez. Estes Marcos foram denominados "Foz do
Rio Verde".
( continuação na Parte Central )
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