O Tratado de Itaipu e os Acordos Alcançados com o Paraguai
(CORDEIRO, Enio - out.2009)
"Os trabalhos de caracterização (colocação de marcos intervisíveis) da
linha de fronteira havia sido interrompida em função de uma
desinteligência entre as comissões dos dois países sobre o trajeto final
da linha que, nos termos do Tratado de 1872 e da demarcação realizada em
1874, seguindo a parte mais alta da serra do Maracaju, alcança o Salto
Grande das Sete Quedas. O lado paraguaio passou a insistir em que a
linha de limite deveria seguir pelo alto de um contraforte que desgarra
do maciço principal de Maracaju e se aproxima das margens do Paraná dois
quilômetros acima da quinta queda (Salto Grande). O lado brasileiro, por
sua vez, jamais reconheceu a existência de um diferendo de fronteira
nessa área e considera definitiva a demarcação realizada em 1874, pela
qual a linha divisória parte de um ponto em frente da quinta queda e
alcança a partir daí, através de um esporão, os pontos mais altos do
maciço principal de Maracaju.
Em junho de 1965, um destacamento militar brasileiro instalou-se na
localidade de Porto Corenel Renato, na margem direita do Paraná, pouco
acima da quinta queda, o que ocasionou protestos do governo paraguaio.
As duas chancelarias intercambiaram notas ásperas. A sustentação da
posição brasileira coube a Guimarães Rosa, então chefe da Divisão de
Fronteiras do Itamaraty.
Anos depois, a localidade de Porto Renato ficou submersa sob as águas
do lago de Itaipu e as antigas fazendas brasileiras na área em que a
linha de fronteira permanece sem caracterização foram adquiridas por
Itaipu e convertida na Reserva Biológica do Maracaju, com cera de 15
km2."
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